quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A tecnologia a serviço da educação.

É fundamental capacitar professores e fornecer tecnologia adequada e suficiente às escolas para incentivar o desenvolvimento de atividades que mostrem aos alunos o potencial criativo e transformador das ferramentas tecnológicas. Esse ponto de vista é defendido pelo professor Francisco Estêvão de Mesquita Lima, coordenador do laboratório educacional de informática da Escola de Ensino Fundamental e Médio Patronato Sagrada Família, em Fortaleza, Ceará.
Responsável pela coordenação do processo de formação dos educadores no uso das tecnologias, Estêvão trabalha com professores de todas as disciplinas e acompanha ativamente o planejamento de área e os planos individuais. “Nesses momentos, são discutidos os conteúdos a serem trabalhados e os objetivos a serem alcançados”, diz. “Há proposição de metodologias, atividades, análise de propostas e formas de implementá-las”.
 Segundo o professor, poucos estudantes sabem usar as tecnologias de forma a potencializar o conhecimento, competências e habilidades necessárias ao desenvolvimento integral. “A preparação adequada de professores para incorporar as tecnologias ao processo pedagógico tem mostrado ser capaz de intervir positivamente nesse desenvolvimento”, avalia.
Os estudantes recebem atendimento individualizado no laboratório de informática no período oposto ao das aulas regulares. “Isso possibilita um contato maior do aluno com as ferramentas tecnológicas desenvolvidas no laboratório para a realização das atividades curriculares”, salienta Estêvão.
Também no contraturno são realizadas pesquisas, atividades extraclasse e produção de material para apresentações de trabalhos em sala de aula, além de projetos, como a Mostra de Arte e Ciências. “Nessas ocasiões, presto suporte tanto pedagógico, visto que a maior parte dessas atividades é planejada comigo, quanto técnico, no que diz respeito à utilização dos recursos tecnológicos”, esclarece.



Estêvão observa que os alunos apreciam atividades que envolvam os recursos do laboratório de informática — computadores, tablets, microfones ou outros. As que mais os atraem são aquelas ligadas às redes sociais ou de criação de podcasts (áudio ou vídeo), que tornam os trabalhos conhecidos por outras pessoas.
Pesquisa — De acordo com o professor, um tipo de atividade que desperta interesse é a aula invertida (flipclass). Nela, os estudantes têm acesso a uma webquest (metodologia de pesquisa orientada para o uso da internet na educação, na qual os recursos para a pesquisa provêm da própria internet), com orientações, materiais de estudo e atividades de pré-avaliação. O acesso pode ser feito de casa ou no laboratório.
“Em sala de aula, o professor utiliza recursos como slides e lousa digital para fomentar uma discussão sobre o tema”, diz Estêvão. “Os professores gostam da metodologia, por permitir que os conteúdos sejam ministrados de maneira dinâmica e com envolvimento maior dos alunos, visto que eles são levados a estudar o assunto da aula previamente.”
Batalha — Jogo de desenvolvimento matemático, a batalha naval é outra das atividades desenvolvidas no laboratório de informática. Composto por dez níveis de dificuldade em cada conteúdo, ajuda a recuperar aspectos de matemática básica dos alunos. Pode ter participações individuais ou em grupo, com o apoio dos tablets educacionais ou da lousa digital.
O jogo permite aos professores acompanhar cada aluno de perto. “Se o aluno não consegue avançar em um nível, o professor analisa a situação e o orienta no ponto específico de sua necessidade para avançar”, esclarece o professor. Há sete anos no magistério, sempre na área da informática, Estêvão é graduado em administração de empresas e faz pós-graduação em informática e comunicação na educação.
Importância — A professora Silvana Rocha de Moura, diretora da instituição de ensino, considera de fundamental importância o estímulo à cultura digital na escola. “É preciso perceber a informática como ferramenta de apoio e fortalecimento do processo ensino-aprendizagem”, destaca. “É possível verificar um maior envolvimento e interesse do estudante, que vê nas mídias uma possibilidade de crescimento e preparação para o mundo do trabalho.”
Para Silvana, é necessário investir no uso responsável e seguro da tecnologia nos processos pedagógicos, a fim de obter uma melhoria no aprendizado. “São inúmeros os benefícios que podem ser alcançados tendo em vista um alunado pronto a enfrentar desafios e a fortalecer as habilidades e competências”, ressalta. Professora de educação física, com pós-graduação em administração escolar e informática educativa, Silvana atua no magistério há 22 anos.
A escola Patronato Sagrada Família tem 782 alunos matriculados no oitavo e no nono anos do ensino fundamental e nos três anos do ensino médio.

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