É
fundamental capacitar professores e fornecer tecnologia adequada e
suficiente às escolas para incentivar o desenvolvimento de atividades
que mostrem aos alunos o potencial criativo e transformador das
ferramentas tecnológicas. Esse ponto de vista é defendido pelo professor
Francisco Estêvão de Mesquita Lima, coordenador do laboratório
educacional de informática da Escola de Ensino Fundamental e Médio
Patronato Sagrada Família, em Fortaleza, Ceará.
Responsável pela coordenação do processo de formação dos educadores
no uso das tecnologias, Estêvão trabalha com professores de todas as
disciplinas e acompanha ativamente o planejamento de área e os planos
individuais. “Nesses momentos, são discutidos os conteúdos a serem
trabalhados e os objetivos a serem alcançados”, diz. “Há proposição de
metodologias, atividades, análise de propostas e formas de
implementá-las”.
Segundo o professor, poucos estudantes sabem usar as tecnologias de
forma a potencializar o conhecimento, competências e habilidades
necessárias ao desenvolvimento integral. “A preparação adequada de
professores para incorporar as tecnologias ao processo pedagógico tem
mostrado ser capaz de intervir positivamente nesse desenvolvimento”,
avalia.
Os estudantes recebem atendimento individualizado no laboratório de
informática no período oposto ao das aulas regulares. “Isso possibilita
um contato maior do aluno com as ferramentas tecnológicas desenvolvidas
no laboratório para a realização das atividades curriculares”, salienta
Estêvão.
Também no contraturno são realizadas pesquisas, atividades
extraclasse e produção de material para apresentações de trabalhos em
sala de aula, além de projetos, como a Mostra de Arte e Ciências.
“Nessas ocasiões, presto suporte tanto pedagógico, visto que a maior
parte dessas atividades é planejada comigo, quanto técnico, no que diz
respeito à utilização dos recursos tecnológicos”, esclarece.
Estêvão observa que os alunos apreciam atividades que envolvam os
recursos do laboratório de informática — computadores, tablets,
microfones ou outros. As que mais os atraem são aquelas ligadas às redes
sociais ou de criação de podcasts (áudio ou vídeo), que tornam os
trabalhos conhecidos por outras pessoas.
Pesquisa — De acordo com o professor, um tipo de
atividade que desperta interesse é a aula invertida (flipclass). Nela,
os estudantes têm acesso a uma webquest (metodologia de pesquisa
orientada para o uso da internet na educação, na qual os recursos para a
pesquisa provêm da própria internet), com orientações, materiais de
estudo e atividades de pré-avaliação. O acesso pode ser feito de casa ou
no laboratório.
“Em sala de aula, o professor utiliza recursos como slides e lousa
digital para fomentar uma discussão sobre o tema”, diz Estêvão. “Os
professores gostam da metodologia, por permitir que os conteúdos sejam
ministrados de maneira dinâmica e com envolvimento maior dos alunos,
visto que eles são levados a estudar o assunto da aula previamente.”
Batalha — Jogo de desenvolvimento matemático, a
batalha naval é outra das atividades desenvolvidas no laboratório de
informática. Composto por dez níveis de dificuldade em cada conteúdo,
ajuda a recuperar aspectos de matemática básica dos alunos. Pode ter
participações individuais ou em grupo, com o apoio dos tablets
educacionais ou da lousa digital.
O jogo permite aos professores acompanhar cada aluno de perto. “Se o
aluno não consegue avançar em um nível, o professor analisa a situação e
o orienta no ponto específico de sua necessidade para avançar”,
esclarece o professor. Há sete anos no magistério, sempre na área da
informática, Estêvão é graduado em administração de empresas e faz
pós-graduação em informática e comunicação na educação.
Importância — A professora Silvana Rocha de Moura,
diretora da instituição de ensino, considera de fundamental importância o
estímulo à cultura digital na escola. “É preciso perceber a informática
como ferramenta de apoio e fortalecimento do processo
ensino-aprendizagem”, destaca. “É possível verificar um maior
envolvimento e interesse do estudante, que vê nas mídias uma
possibilidade de crescimento e preparação para o mundo do trabalho.”
Para Silvana, é necessário investir no uso responsável e seguro da
tecnologia nos processos pedagógicos, a fim de obter uma melhoria no
aprendizado. “São inúmeros os benefícios que podem ser alcançados tendo
em vista um alunado pronto a enfrentar desafios e a fortalecer as
habilidades e competências”, ressalta. Professora de educação física,
com pós-graduação em administração escolar e informática educativa,
Silvana atua no magistério há 22 anos.
A escola Patronato Sagrada Família tem 782 alunos matriculados no
oitavo e no nono anos do ensino fundamental e nos três anos do ensino
médio.
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